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Dólar cai para R$ 1,83
Nesta semana, a divisa já acumula uma queda de 2,7%, mas ainda ostenta alta de 9,9% no ano.
O momentâneo alívio nas preocupações com a economia global levou ontem o dólar a fechar em R$ 1,831, com recuo de 1,98% em relação ao dia anterior. A trajetória da moeda norte-americana acompanhou a tendência do mercado externo, onde os negócios foram influenciados pela esperança de que as autoridades da Zona do Euro serão capazes de garantir a solidez do sistema financeiro europeu e evitar uma crise financeira. Nesta semana, a divisa já acumula uma queda de 2,7%, mas ainda ostenta alta de 9,9% no ano. A forte elevação no preço das commodities também ajudou o real a ganhar terreno, já que o Brasil, como grande exportador de matérias primas, tende a receber maior fluxo de moeda estrangeira. Em setembro, segundo informou ontem o Banco Central, US$ 8,4 bilhões ingressaram no pause, 104% a mais do que os US$ 4,15 bilhões registrados em agosto. Esse crescimento do chamado fluxo cambial foi determinado sobretudo pelo movimento dos exportadores, que aproveitaram a valorização de 18% do dólar no mês passado para repatriar recursos que mantinham depositados lá fora. Eles trouxeram US$ 26,2 bilhões, recursos mais do que suficiente para cobrir as saídas derivadas das importações, que somaram US$ 17,4 bilhões. A conta financeira, que registra operações de investimentos, empréstimos, compra e venda de ações, títulos de renda fixa, além da remessa de lucros e dividendos, ficou negativa em US$ 274 milhões. De tanto o governo tomar medidas para afastar os investidores estrangeiros — desde o início do ano várias transações desse segmento foram sobretaxadas — o fluxo, que era positivo, se inverteu. Em setembro, saíram US$ 26,3 bilhões, ante um ingresso de US$ 26 bilhões. Mesmo assim, no ano a entrada líquida é de US$ 30,4 bilhões. Na soma dos segmentos comercial e financeiro, o fluxo cambial de 2011 está positivo em US$ 68,3 bilhões, 180% a mais que em todo 2010. RISCOS PARA O BRASIL
Os países latino-americanos sofreriam impactos negativos se os Estados Unidos entrassem novamente em recessão ou se a economia da China passasse por uma desaceleração acentuada, de acordo com um relatório da agência de classificação de risco Fitch Ratings. O Brasil, no entanto, seria particularmente atingido pelo "pouso forçado" chinês, que pressionaria os preços das commodities e afetaria o equilíbrio das contas externas. Se a economia da China crescer 4% em 2012 e 5% em 2013, os países da América Latina cujas contas externas são amplamente vulneráveis aos preços das commodities seriam prejudicados, "mas na maioria dos casos as reservas externas evitariam uma crise cambial ou no balanço de pagamentos", disse Santiago Mosquera, diretor na Fitch.