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Brasil vai alcançar grau de investimento e crescer no mínimo na média global, diz Haddad
Ministro comentou atualização feita pela Standard & Poor’s. A nota ainda é grau especulativo, mas o próximo patamar recoloca o país no ranking dos confiáveis para investimento
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou a importância da recente atualização na classificação de crédito do país pela Standard & Poor’s (S&P), que elevou a nota do Brasil de BB- para BB, com perspectiva estável. Embora a classificação ainda se mantenha no grau especulativo, essa melhoria sinaliza um passo significativo rumo ao reenquadramento do país no grupo de nações consideradas confiáveis para investimentos.
“O objetivo do Brasil é alcançar o grau de investimento e garantir um crescimento econômico que, no mínimo, corresponda ou supere a média global”, disse Haddad. A afirmação sublinha a meta estratégica do governo de posicionar o Brasil como uma economia robusta e influente no panorama internacional.
Segundo o ministro, a atualização da classificação reflete desenvolvimentos recentes na economia brasileira, incluindo a aprovação de uma reforma tributária significativa e sobretudo a colaboração entre os diferentes poderes do Estado. “Isso tudo depende do trabalho conjunto do Executivo, Legislativo e Judiciário. Não me cabe outra coisa senão elogiar o trabalho que o presidente [da Câmara] Arthur Lira e o presidente [do Senado] Pacheco têm feito. Agora é a promulgação da emenda constitucional da reforma tributária depois de três décadas de espera", disse.
O ministro da Fazenda também enfatizou a necessidade de manter uma perspectiva otimista em relação ao futuro econômico do Brasil, reconhecendo ao mesmo tempo, os desafios que se apresentam. "O país tem muitas razões para ser otimista, sabendo que a realidade impõe tarefas para os próximos anos também", disse ele, indicando um equilíbrio entre confiança e realismo.
Para Haddad, o governo tem o compromisso com a reconstrução e estabilização fiscal, o que garantirá um futuro de crescimento perene com justiça social. "Eu não conheço outro marco fiscal no mundo que seja tão sofisticado quanto o brasileiro. Foi um trabalho conjunto com organismos internacionais, com o Congresso, com os economistas. E nós temos que recompor a base fiscal do Estado Brasileiro que foi dilapidada".
Relatório da S&P
Na terça-feira (19/12), a S&P Global Ratings divulgou o mais recente relatório sobre o tema e destacou o histórico de reformas estruturais e microeconômicas implementadas desde 2016, que demonstram um quadro institucional pragmático e contribuem para a estabilidade macroeconômica. A agência espera que as instituições brasileiras continuem a abordar as ineficiências econômicas e a rígida estrutura orçamentária, fatores que têm impacto sobre o crescimento econômico e os déficits fiscais.
A perspectiva estável atribuída ao Brasil pela S&P Global Ratings reflete a expectativa de que o país mantenha uma posição externa forte, impulsionada pela robusta produção de commodities e necessidades limitadas de financiamento externo. A agência também reconhece a capacidade do quadro institucional do Brasil em manter uma formulação de políticas estável e pragmática.